Aniversário infantil
Poá
Aniversário Ian - 2 anos
O dia em que meu nome foi parar no jornal.
Assim que decidi que iria me especializar na fotografia, informei algumas pessoas que torciam muito para que eu tomasse essa decisão. Uma delas é a minha tia Magali. Ela é daquelas que dá força para todo mundo e que até inventa serviço para te contratar na intenção de ajudar.
Pois foi exatamente isso que ela fez. Cismou que queria me contratar para registrar o aniversário de 2 anos do neto.
Eu fiquei feliz, mas totalmente desesperada. Minha máquina era bem simples e eu mal sabia mexer nela, não tinha feito nenhum curso ainda e para ajudar a festa seria durante o dia entre o quintal e a parte interna da casa. Na mesma hora, gritei para a minha irmã.... CARLA, EU NÃO TENHO UM FLASH!!! EU PRECISO DE UM FLASH!!! (Hoje, certamente, teria feito fotos muito melhores sem ele)
No dia seguinte, lá estávamos nós duas, eu e a minha irmã, na Santa Ifigênia comprando um flash. Porém ainda precisava aprender a configurá-lo e o tempo era bem curto.
Então chegou o dia do meu primeiro trabalho pago. Medo era o meu nome e insegurança o sobrenome, mas levantei a cabeça e lá fui eu com a cara e nenhuma coragem.
Assim que cheguei na casa dela, avistei uma pessoa com uma linda máquina, daquelas dos meus sonhos, toda reluzente. (Tá, exagerei um pouquinho!) Logo pensei, agora lascou... Naquela época eu já sabia que onde tem duas máquinas fotografando as mesmas pessoas o resultado é que nunca a galera olha a mesma lente.
Descobri em menos de 10 minutos que aquele senhor era parente da mãe do menininho e desencanei (um pouco) da história.
E lá fui eu atrás do aniversariante.
Crianças são os seres mais difíceis de serem fotografados, eles não param quietos e costumam fugir bastante das fotos. Fiz várias sessões na cama elástica, no escorregador inflável, fotografei os convidados e a decoração. Repassava tudo na minha cabeça, tentando me concentrar em não esquecer nada que fosse importante.
O tempo passou correndo e chegou a tão aguardada hora dos parabéns. Tudo mais escuro, um monte de gente envolta da mesa, aquela confusão que faz parte do momento. Me posicionei bem em frente ao aniversariante. Pronto! Eu tinha conseguido aquela foto que a criança apaga a vela! A minha maior preocupação era perder aquele momento.
Em seguida, pedi para a minha tia, que fizéssemos as fotos clássicas com os pais, os avós e tal. E foi aí, que o outro fotógrafo largou a câmera e se posicionou para que fosse feita uma foto dele com o aniversariante.
Passado dois dias, recebi uma ligação da mãe do menininho me pedindo as fotos porque aquele senhor, o Mauro, até então conhecido como outro fotógrafo, colocaria no jornal da cidade.
Eu surtei!!! Perguntei se ele daria o crédito das fotos e a resposta foi afirmativa. Eu nem podia acreditar. Depois de tanta aflição, aquela pessoa colocaria meu nome no jornal!!!
Hoje penso que eu que devia ter pago para a minha tia. As fotos não ficaram boas, mas era o melhor que eu podia fazer naquele momento. Para provar isso, fiz também as fotos de 3 anos do neto dela, que nem parece que foram momentos registrados no mesmo lugar, pela mesma pessoa e com a mesma máquina. Para provar, será a minha próxima postagem, tá?!?
Moral da história: Nada acontece por acaso!!